Embora
geralmente aconteçam no mesmo momento, os raios, relâmpagos, trovões e
ventos são coisas bem diferentes. Os raios são resultados de descargas elétricas
que ocorrem entre as nuvens eletricamente carregadas e o solo, ou entre nuvens eletricamente
carregadas positivas ou negativas que entram em curto, em decorrência de sua
polarização e podem ocorrer antes ou após uma tempestade. O relâmpago (clarão)
é o resultado da rápida movimentação dos elétrons. Já os ventos são
deslocações de gases atmosféricos em grande escala causada por diferenças na
pressão atmosférica. Quando uma região da Terra aquece muito, a pressão
atmosférica nessa região diminui e o ar eleva-se causando ventos.
No
verão é a época do ano em que mais estamos sujeitos a raios, sendo que 45% das
ocorrências no Brasil são nessa estação do ano. O Brasil é o país onde caem
mais raios no mundo e são mais comuns em locais de clima tropical.
Ao
contrário do ditado popular que o raio não cai no mesmo lugar, ele pode cair
diversas vezes no mesmo lugar e no mesmo dia. O Cristo Redentor, por exemplo, é
o local que mais cai raio no Rio de Janeiro. Isso acontece devido a sua altura,
o que o torna um alvo único servindo de um pára-raios.
A
instalação de um sistema pára-raios é importante para a proteção de
equipamentos elétricos e eletrônicos, porém não é suficiente. Independente do
caso, a instalação de pára-raios é sempre primordial e atua em conjunto com a
instalação de protetores de surtos, filtros de linhas, fios terras, no-breaks
etc.
A
eficiência dos pára-raios depende de seu aterramento. Os pára-raios recebem as
correntes elétricas oriundas dos raios e as dissipam no solo via malha de
aterramento. Para determinar um aterramento é necessário saber a resistividade
do solo, pois o valor máximo da resistência de aterramento é de 10 ohms,
recomendado, porém, em locais onde o solo apresente alta resistividade, poderão
ser aceitos valores maiores, desde que sejam feitos arranjos que minimizem os
potenciais de passo, e que os procedimentos sejam tecnicamente justificados. Quanto
à malha de aterramento, o modo mais prático, consiste na implantação de hastes
de aterramento tipo "Copperweid" (alta camada = 250u), com 2,4 a 3
metros de comprimentos, interligadas a um cabo de cobre nu, com diâmetro
aproximado de 50mm2 a 50 cm de profundidade, conectado ás hastes. O ideal é que
o sistema de aterramento e os pára-raios sejam inspecionados duas vezes ao ano.
Potência dos raios.
Potência dos raios.
Um raio pode
conduzir correntes em torno de 10 a 80 kA (quiloampères), mas existem registros
em torno de 250 kA. A forma da corrente é unidirecional, sendo de polaridade
negativa na maioria das ocorrências.
Geralmente a
descarga possui um diâmetro estimado de 2 a 5 cm e é capaz de aquecer o ar até
30 mil graus Celsius em milissegundos. Apenas 1% da energia do raio é
convertida em ruído (trovão), sendo o resto libertado sob a forma de luz.
Quais são os perigos dos raios?
O perigo das chuvas fortes
com raios se estende às residências porque os raios podem cair sobre a rede
elétrica, gerando sobretensão e se propagar pela rede.
A maioria das redes de baixa
tensão é normalmente de 110 ou 220 Volts, ao receber uma descarga mais alta tem
um pico de energia que percorre o cabeamento até o imóvel, ocasionando a queima
de eletrodomésticos e colocando em risco de choque-elétrico quem estiver
fazendo uso do chuveiro ou telefone fixo.
Para evitar acidentes e
diminuir o risco de choque-elétrico durante as chuvas fortes acompanhadas de
raios não se deve aproximar de fios rompidos, de antenas e nem tocar qualquer
tipo de cabos.
Locais mais perigosos.
Evitar ficar debaixo de
árvores ou estruturas metálicas, pois as correntes geradas pelos raios são altíssimas
e dissipam nesses locais. Evitar atravessar áreas alagadas, pois poderá haver cabos
de alta tensão rompidos e que ainda estejam energizados.
Evitar áreas abertas como
praias, lagos, rios, parques, praças, quadras e campos de futebol durante os
temporais com raios. Nessas áreas há perigo real de ser atingido por uma
descarga elétrica, e você será um potencial alvo. Afastar-se de cercas e
quaisquer outras estruturas metálicas. Caso não estejam aterradas e haja uma
descarga elétrica, o contato com essas estruturas pode representar risco de
choque-elétrico grave.
Evitar usar telefone, assistir
TV ou usar computador, pois uma descarga elevada pode percorrer as fiações a
atingir estes equipamentos. Evitar tomar banho com o chuveiro elétrico ligado,
pois caso haja uma sobretensão no circuito elétrico do chuveiro, uma parte da
descarga elétrica poderá ser transferida pela água, colocando quem estiver tomando
banho em risco de levar choque elétrico grave.
Seguindo as orientações, a
chance de ser atingido por raios diminui consideravelmente.