Sobrevivendo quase no anonimato,
o Museu do Trem em Engenho de Dentro, zona norte do Rio de Janeiro, ainda
existe graças aos heróis que trabalham tentando recuperar um patrimônio quase perdido.
Museu do Trem - Engenho de Dentro (RJ) |
O local ainda não entrou nos
trilhos da programação turística do Rio, e os poucos trabalhadores que estão lá
estão tentando recuperar o Museu sem recursos externos. O Sr. Flávio
Duarte Macedo, coordenador
operacional do
Museu, já conseguiu
recuperar parte da iluminação e está trabalhando na recuperação do Jardim.
Sr. Flávio Duarte na recuperação do Jardim
O outro lado do olímpico Engenhão: bens culturais em ruínas. |
Ofuscado pelo Estádio Nilton
Santos, o Museu do Trem, localizado na Rua Arquias Cordeiro, sobrevive quase no
anonimato. Fundado em 1984, fechado duas décadas depois para a construção do
estádio (erguido no terreno do museu) e reaberto no ano passado, o espaço
recebe poucos visitantes e tem uma rotina tranquila, como a das máquinas que
repousam em seu acervo, que durante muitos anos transportaram reis, imperadores
e diversas autoridades.
Arquiteturas abandonadas e cobertas por matos |
Tempos atrás, estivemos no Museu
conversando com o Sr. Bartolomeu, historiador e diretor do museu. Na ocasião,
ele nos informou que o local recebia poucos visitantes, pois falta apoio dos
órgãos competentes. Ele mencionou que o museu precisava ser incluído nos
principais roteiros turísticos organizados pela prefeitura e governo. “Além de
precisarmos de uma reforma, para dar um aspecto melhor ao prédio, pois as
pessoas que passam por aqui, acham que o museu está abandonado”, disse Bartolomeu.
Patrimônios cobertos por matos |
Com a extinção da Rede
Ferroviária Federal S.A., em 2007, o museu, que hoje tem o nome de Casa do
Patrimônio Ferroviário do Rio de Janeiro, passou a ser administrado pelo
Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN).
ACERVO DO MUSEU DO TREM INCLUI
CARROS E DIVERSOS OBJETOS
Entre os importantes acervos do
Museu do Trem, inclui a primeira locomotiva que circulou no Brasil, em abril de
1854. Trata-se da Baroneza (grafada com “z”, de acordo com a época). O nome foi
dado em homenagem à Maria Joaquina Machado de Souza, esposa do Barão de Mauá, o
responsável pela construção da primeira estrada de ferro do Brasil.
A velha Leopoldina caindo aos pedaços |
Outra relíquia do século 19 é o
carro imperial, que era utilizado pelo imperador Dom Pedro II para ir à
residência de verão em Petrópolis. Foi fabricado na Bélgica, em 1886, já no fim
do governo do monarca (destituído do poder três anos depois com a proclamação
da república).
No acervo, também há um carro
usado pelo Rei Alberto, da Bélgica, em sua visita ao Brasil, na década de 1920,
quando ele foi a Minas Gerais inspecionar extração de ouro.
O vagão utilizado pelo presidente
Getúlio Vargas é outro destaque do museu, que não fica apenas nos trens, mas
apresenta vários objetos ligados à história ferroviária. Todos equipamentos do
acervo são originais, como faróis de locomotivas, relógios de estações,
equipamentos mecânicos para trens e para a construção das ferrovias.
A velha Maria Fumaça da Central do Brasil |
O Museu do Trem, pela sua
importância na história do Brasil, poderia ser incluído na preservação
patrimonial e ser um local de visitação do Rio. Não podemos permitir que
se apague uma história tão importante de nosso país.
(Por Luiz Martins)
1 coment�rios:
É uma pena que um país com todo potencial para se tornar uma potência no Turismo não Invista nesse setor tão importante para a economia de qualquer país.
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