segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A tragédia do Museu mais importante do Brasil.


No último domingo, dia 02/09, o Museu Nacional localizado no Rio de Janeiro foi às cinzas. Por mais que os governantes tentem justificar tamanha irresponsabilidade, não haverá argumento capaz de justificar tamanha tragédia, que já tinha sido anunciada por diversas vezes
Fachada do Museu após o incêndio
Restauração de teto e salas do Museu Nacional nunca atraiu incentivadores da Rouanet, assim como arrumar a fiação elétrica não daria votos. Os governantes estão mais interessados em filmes quase sempre banais e shows que gastam milhões em apresentação de um dia, feitos por artistas que não representam nossa brasilidade, a maioria sequer mora no Brasil.
As estátuas em cima da fachada ficaram como testemunhas da tragédia
Por mais que aleguem a falta de dinheiro, atribuir a responsabilidade ao teto de gastos com a cultura brasileira não se justifica, pois valores envolvidos na preservação do patrimônio  histórico são pequenos diante do que o país destina a outras áreas. Não há prioridades nos gastos na preservação da história do Brasil. É para isso que deveria servir dispositivos como a Lei Rouanet.
A árvore queimada retrata o que restou do incêndio
Uma tragédia anunciada.
No ano de 2004, o engenheiro Wagner Victer, na época secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, em uma visita ao Museu, constatou várias irregularidades nas instalações elétricas, que já se encontravam em estado deplorável, com risco de pegar fogo a qualquer momento. Governos nunca atenderam ao seu apelo e o resultado vimos na noite de ontem (02/09).
O Crânio de Luzia não existe mais.
O Museu Nacional era o primeiro e o mais importante na história do Brasil. Especializado em história natural, era o mais antigo centro de ciência do país. Lá, encontrava-se parte da história do Brasil como o crânio humano mais antigo das Américas, o maior meteorito já encontrado no Brasil, a maior coleção latino-americana de múmias, relíquias de civilizações extintas do continente, fósseis de dinossauros, ao todo cerca 20 milhões de itens nas áreas de paleontologia, geologia, etnologia, arqueologia, botânica, zoologia e demais ciências.

fósseis de dinossauros não existem mais
O Palácio abrigou momentos históricos e decisivos do Brasil Imperial. Infelizmente, todos consumidos pelas chamas que destruíram o Museu Nacional no Rio, o mais antigo do país, com 200 anos celebrados em junho de 2018.

O meteorito Bendegó sobreviveu ao incêndio
Não há projetos capazes de repôr o que havia no Museu. Não restou 10% do que havia no Palácio. O meteorito Bendegó foi uma das poucas peças de todo o acervo que resistiu às chamas. A pedra, que pesa 5,6 toneladas, foi achada em 1784 perto de um riacho no interior da Bahia e levou quase um ano para chegar ao Rio. O meteorito foi levado para o Museu Nacional a mando do Imperador Dom Pedro II em 1888 e permaneceu no local desde então.
A maior coleção latino-americana de múmias não existe mais
Museu Nacional é só mais um episódio. 
Está tragédia abriu os olhos para outros patrimônios históricos que estão sendo destruídos no Brasil. São Palácios caindo aos pedaços, Fazendas históricas abandonadas, Estações Ferroviárias destruídas, Museu Ferroviário abandonado, entre outros patrimônios já perdidos.
É a história do país sendo queimada literalmente. 
(Por Luiz Martins)
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2 coment�rios:

ronaldo disse...

Caberia perguntar a quem interessaria a destruição da nossa história como nação?

Ronaldo Negromonte disse...

Ficaria perguntar que nao quer calar: a quem interessaria a destruição gradativa da nossa história como nação?

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