O prêmio coroa uma jornada histórica para o cinema nacional, que já havia sido indicado 22 vezes em diversas categorias do Oscar.
Em plena noite de Carnaval, o filme dirigido por Walter Salles venceu a categoria de Melhor Filme Internacional na 97ª edição do Oscar, em uma noite marcada por emoção e celebração.
Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, a produção relata um fato verídico ocorrido na família do autor. Além do escritor, o casal Rubens Paiva e Eunice teve outras quatro filhas: Vera Sílvia, Maria Eliana, Ana Lúcia e Maria Beatriz. Em 1971, durante a ditadura militar, Rubens e Eunice foram presos junto com a filha mais velha, Eliana. Enquanto a primogênita foi solta na manhã seguinte, Eunice passou 12 dias detida. Já Rubens desapareceu.
Assim que recuperou sua liberdade, Eunice Paiva iniciou uma incansável busca pelo paradeiro de seu marido, solicitando diversas vezes ao governo brasileiro que investigasse o desaparecimento do engenheiro civil. A resposta só chegou depois de mais de quatro décadas, quando, em 2014, a Comissão Nacional da Verdade, responsável pela investigação dos desaparecimentos políticos, confirmou que Rubens Paiva foi morto em janeiro de 1971 após ser torturado.
No discurso de aceitação do prêmio, Walter Salles emocionou o público ao relembrar a importância da história e da luta por justiça. O diretor também destacou a atuação brilhante de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretaram Eunice em diferentes fases da vida. "Dedico esse prêmio às duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela", ressaltou Salles.
O reconhecimento de "Ainda Estou Aqui" no Oscar Internacional marca um momento histórico para o cinema brasileiro, evidenciando sua força narrativa e capacidade de emocionar audiências ao redor do mundo. (Por Luiz Martins)
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