sexta-feira, 23 de maio de 2025

A Fotografia Está de Luto: Morre Sebastião Salgado, o Maior Fotógrafo Brasileiro

O mundo da fotografia amanheceu mais sombrio nesta sexta-feira, 23 de maio.

Sebastião Salgado - O maior fotógrafo brasileiro

Faleceu na França, aos 81 anos, Sebastião Salgado, o maior fotógrafo brasileiro e um dos mais respeitados do mundo. Sua lente eternizou a dor, a luta e a dignidade humana em contextos extremos, dando voz aos invisíveis e lançando luz sobre realidades frequentemente ignoradas.

Reconhecido internacionalmente, Salgado dedicou sua vida a registrar a condição humana em mais de 40 países, com um olhar sensível e profundamente comprometido com a justiça social. Seu trabalho, de beleza impactante e força incontestável, denunciou desigualdades, guerras, êxodos e a destruição ambiental, ao mesmo tempo em que exaltou a resistência e a esperança dos povos retratados.

Natural de Aimorés, no interior de Minas Gerais, Salgado formou-se em Economia antes de se entregar à arte que o tornaria imortal. Mestre pela USP e doutor pela Universidade de Paris, ele atuava na Organização Internacional do Café, em Londres, quando descobriu, através de suas viagens à África, o poder transformador da imagem. A partir daí, trocou os números pelas imagens e jamais deixou de observar o mundo com olhar crítico e poético.

Exposição "Amazônia" - Museu do Amanhã

Tive a honra de encontrá-lo em sua marcante exposição Amazônia, no Museu do Amanhã. Naquele espaço, entre imagens de rios majestosos, montanhas ancestrais e rostos de sabedoria profunda, discutimos a importância da luta dos povos originários contra o epistemicídio e o genocídio que, infelizmente, ainda persistem em nosso país. O povo Yanomami, vítima recente dessa violência histórica, foi lembrado com respeito e urgência. O encontro com Salgado reforçou a necessidade de se criar pontes entre saberes e unir vozes em defesa da memória, da dignidade e da vida indígena.

Exposição "Amazônia" - Museu do Amanhã

Amazônia foi mais que uma exposição: foi um grito de alerta. Com a sensibilidade única de Salgado, as imagens capturaram a essência da maior floresta tropical do mundo e daqueles que a protegem há milênios. Ao retratar doze comunidades indígenas, ele nos mostrou que preservar a floresta é também preservar sua gente, suas histórias, suas culturas.

Sebastião Salgado se despede do mundo, mas seu legado permanece eterno. Suas imagens continuarão a ecoar como testemunhos vivos da humanidade, da natureza e da luta por um mundo mais justo e sustentável. Hoje, a fotografia está de luto. E nós, que tivemos o privilégio de viver em seu tempo, agradecemos pela luz que ele soube encontrar mesmo nos cantos mais escuros da Terra. Por @luizgmartins
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