Pesquisa é feita com voluntários que tomaram a primeira dose no posto da UERJ no Maracanã.
Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) analisa a eficácia das vacinas contra a covid-19. O estudo pretende entender como o organismo de pessoas imunizadas com doses da AstraZeneca e da CoronaVac produz defesas, principalmente linfócitos específicos, com maior efetividade para destruir ou inativar o Sars-CoV-2 e suas variantes. Os voluntários são recrutados entre as pessoas que chegam para receber a primeira dose da vacina, no posto montado no campus da Universidade, no Maracanã, na Zona Norte do Rio.
Depois de imunizados, eles passam pela coleta de sangue, que ocorre a poucos passos de distância, dentro da Capela Ecumênica, com todos os protocolos de segurança. Os participantes respondem ainda às perguntas do estudo, conduzido pela médica Isabel Bouzas, do Centro de Apoio à Pesquisa no Complexo de Saúde da Uerj (CAPCS), sob coordenação do professor Luís Cristovão de Moraes Sobrino Pôrto, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (IBRAG). O monitoramento é feito em várias fases, começando no momento da vacinação e prosseguindo pelos meses seguintes.
As amostras coletadas no ato da vacina ficam armazenadas para testagem comparativa com as da segunda dose, que completa o ciclo de imunização. Assim poderemos definir melhor em qual grupo populacional, por sexo e faixa etária, a vacina foi efetiva. A primeira e a segunda doses estimulam o sistema imunológico; pode haver variações individuais, em função das características genéticas ou de infecções prévias de cada pessoa. Nosso consenso é que valores mais altos de defesa podem ser encontrados entre 30 e 60 dias após exposição total aos antígenos. Neste estudo, optamos por comparar após 30, 90, 180 e 360 dias, explica o professor Luís Cristovão.
A pesquisa gera um conjunto de ações de grande relevância para a Uerj, principalmente em relação aos dados científicos produzidos. "(Os dados) estarão disponíveis também para o acesso de outros cientistas e, a partir deles, será possível continuar ampliando os resultados com todas as informações das diferentes respostas imunológicas ocorridas com os participantes", afirma Isabel Bouzas, que ainda ressaltou que "o diferencial significativo desta pesquisa é buscar respostas imunológicas das vacinas em grupos populacionais por período superior a seis meses, o que não foi feito em outros estudos."
A pesquisa espera ainda deixar como legados a construção de bases de dados e de um biorrepositório para futuras investigações. Por isso, a Instituição reforça que a participação de quem vai tomar a primeira dose da vacina na Uerj é fundamental, já que além de se proteger contra o novo coronavírus, o voluntário contribui para a ciência e a produção de conhecimentos que podem ajudar a salvar muitas vidas. O posto de vacinação da Universidade funciona em frente à Concha Acústica Marielle Franco, das 9h às 15h, de segunda a sexta-feira. (Por Luiz Martins)
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