Um verdadeiro deserto, o centro do Rio tem cenário de cidade-fantasma e relatos de violência.
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Rua da Carioca- 98% da lojas fechadas - Foto: Luiz Martins |
O apelido de “Cidade Maravilhosa”, que ressalta as belezas naturais do Rio, camufla a sensação de insegurança para quem anda pelo centro. É muito triste, para quem passou 90% de sua vida trabalhando no centro da cidade, ver o Rio desse jeito.
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Rua da Carioca - Confeitaria e Restaurante Nova Carioca - Foto: Luiz Martins |
O centro era sinônimo de trabalho, riqueza, prosperidade, além de ser referência de belas arquiteturas e centros culturais. Eu participei de um documento chamado “Rio Cultural” em que registrei diversos momentos históricos da cidade.
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Rua da Carioca - Tradicional Bar Luiz - Foto Luiz Martins |
Atualmente, o cenário é desolador. Inúmeras lojas de vários segmentos do comércio estão fechadas. Além de o bairro estar praticamente deserto, com a sensação de insegurança total.
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Largo de São Francisco - Todas as Lojas tradicionais fechadas - Foto: Luiz Martins |
Locais onde viviam cheios de pessoas andando pelas ruas como Largo de São Francisco, Rua da Carioca, Rua Ramalho Órtigão, Travessa do Ouvidor, entre outros, estão completamente vazios.
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Rua Ramalho Órtigão - Foto: Luiz Martins |
No calçadão da Avenida Erasmo Braga, no acesso ao Edifício e Terminal Menezes Côrtes, existiam diversos restaurantes, que no horário comercial ficava cheio de pessoas circulando na hora do almoço, agora no local, circulam camelôs e pessoas em situação de rua. Antes da pandemia, a região era um formigueiro de gente e comércio.
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Av. Erasmo Braga, acesso ao Ed. Garagem - Foto: Luiz Martins |
Ainda existe heróis da resistência que se mantém vivo como o Café do Bom Cachaça da Boa, um espaço encantador na Rua da Carioca, centro, que respira história e inspira sabores mais do que especiais
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Rua da Carioca - Café do Bom e Cachaça da Boa - Foto: Luiz Martins |
O café do Bom Cachaça Boa está instalado num imóvel tombado que respira história. Pertencente a uma família com forte envolvimento com livrarias e sebos, o barista Yansel Galindo foi convidado pela mãe para implantar um pequeno café próximo a entrada do Antiqualhas Brasileiras, no endereço há mais de 27 anos, para aprimorar à experiência dos consumidores do sebo da família.
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Café do Bom Cachaça Boa - Foto: Luiz Martins |
O sucesso da iniciativa levou à ampliação do negócio e, desde 2003, o proprietário dedica-se a conhecer em profundidade a produção dos cafés de cachaças vendidos no local, oferecendo ao seu público bebidas recheadas de informação e fazendo do espaço uma referência de qualidade nestes produtos.
Vale lembrar que o centro do Rio de Janeiro passou por um enorme processo de revitalização para atender as Olimpíadas Rio 2016.
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Negócios tradicionais de família. |
Em 2016, eu registrei para o Rio Media Center (Centro de Mídias), os 47 negócios considerados como patrimônio imaterial, na categoria atividade econômica tradicional e notável. São negócios tradicionais de famílias. A visibilidade do país no mundo todo e a expectativa de um grande fluxo de turistas levaram a Prefeitura do Rio, por meio do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a lançar, em março de 2016, o livro “Negóciosde Valor”, relacionando os 24 comércios considerados os mais antigos do centro.
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Negócios Tradicionais de família. |
O projeto teve como objetivo buscar formas de preservar a história e ajudar na adequação dos estabelecimentos localizados no centro do Rio, além de fortalecer suas atividades econômicas tradicionais e notáveis da Região Portuária e do Centro Histórico, preservando suas identidades e tornando-as competitivas, lucrativas e sintonizadas com as novas demandas e oportunidades do mercado.
Porém, quase todos os negócios registrados no livro estão fechados - “Foi só para inglês ver”, como dizem por aí. Por Luiz Martins
1 coment�rios:
boas informaçőes sobre o Rio
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