Uma das maiores unidades de conservação em área urbana do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste da capital fluminense, está passando por reflorestamento numa área castigada por incêndios no bairro de Realengo. Os trabalhos são coordenados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão vinculado à Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade.
Parque Estadual da Pedra Branca - Foto: Luiz Martins |
A restauração florestal é realizada numa região do núcleo Piraquara do parque, que, ao todo, possui 12.500 hectares de área e abrange partes de 17 bairros do Rio. Desde 2015, quando o plantio de mudas começou a partir da iniciativa de uma moradora do entorno do parque, já foram recuperados seis hectares com o plantio de 5.500 mudas de espécies da Mata Atlântica.
Parque Estadual da Pedra Branca - Foto: Luiz Martins |
A atividade ganhou fôlego e, só no dia 11 de março, foi realizado o plantio de 300 mudas e de cem sementes de espécies da Mata Atlântica, dentre as quais, Açoita-Cavalo, Pau-Pólvora, Bacupari, Pitanga, Aroeira Pimenteira, Ingá, Mutamba, Guapuruvu e Pau-d’Alho.
Parque Estadual da Pedra Branca - Foto: Luiz Martins |
A expectativa é plantar, até o final do ano, cerca de 1.500 mudas. O mutirão para as restaurações florestais conta com voluntários que atuam na trilha Transcarioca, do Centro Excursionista Guanabara e do grupo Voluntários Engajados; as mudas são doadas pela Companha Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).
Ao longo do Rio Piraquara e de suas nascentes, o Inea também realiza a reintrodução do palmito Jussara, espécie ameaçada de extinção. Já foi realizado o plantio de 35 mudas, e a previsão é chegar a cem mudas até o final do ano.
O primeiro reflorestamento do Parque foi em 2010, quando o Jornal Impacto registrou as plantações de árvores no local. O projeto recebeu o nome de "Carbono Zero na Campanha 2016" e teve como objetivo a neutralização das emissões de gases poluentes gerados pelas obras para realização dos jogos olímpicos que aconteceram na cidade do Rio de Janeiro.
Parque Estadual da Pedra Branca - Foto: Luiz Martins |
A região é protegida desde 1974, quando foi criado o Parque e guarda o ponto mais alto da cidade do Rio de Janeiro, o pico da Pedra Branca, com 1024m de altitude. É o maior parque natural urbano do mundo com sua área de 80 Kms de diâmetro.
As Rochas, a Flora e a Fauna.
O Pico da Pedra Branca, ponto culminante da cidade, pode ser avistado de qualquer parte dos bairros de Bangu, Realengo e da região da Barra da Tijuca, principalmente no litoral do Recreio dos Bandeirantes e adjacências.
No Parque há também a famosa Pedra do Osso, que tem 20 metros de altura e desafia a gravidade se "equilibrando" na vertical. A formação rochosa despertou a curiosidade das pessoas por se “equilibrar” verticalmente sobre o solo e parecer desafiar a gravidade. De acordo com geólogos, a pedra foi formada há mais de 500 milhões de anos. A rocha se formou há 513 milhões de anos lá embaixo, apareceu na superfície há cerca de 100, 200 mil anos e vem se esculpindo desde então pela erosão.
Pedra do Osso - Foto: Luiz Martins |
A recuperação da Mata Atlântica nesse trecho de Realengo trouxe de volta uma espécie da fauna que há muito não era vista nessa localidade: o tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus): - O tucano-de-bico-preto (foto abaixo) é o principal dispersor de sementes do palmito Jussara. Com o aumento da oferta de alimento, devido ao reflorestamento, haverá crescimento da população dessa espécie de ave.
Tucano de bico preto - Foto: Luiz Martins |
O Parque é encoberto por vegetação típica da Mata Atlântica (cedros, jacarandás, jequitibás e ipês), a qual serve de abrigo a uma generosa fauna composta por jaguatiricas, preguiças-de-coleira, tamanduás-mirins, pacas, tatus, lagartos, capivara, macaco prego, ouriços, tucanos, jacus, inhambus e cotias.
Macaco Prego - Foto: Luiz Martins |
O Parque Estadual da Pedra Branca está presente nos bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena, Barra de Guaratiba, Campo Grande, Santíssimo, Senador Camará, Padre Miguel, Bangu, Realengo, Sulacap e Taquara, entre outros. Neste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) deu início à “Década da Restauração de Ecossistemas (2021/2030)”, lançada com o objetivo de incentivar a união de esforços para recuperar florestas pelo mundo. (Por Luiz Martins)
0 coment�rios:
Postar um comentário