sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Dia da Consciência Negra e Cais do Valongo

O Cais do Valongo foi o principal porto de entrada de africanos escravizados na América Latina e se tornou, na época, ponto de encontro da comunidade negra no Rio de Janeiro, então capital do país.

Cais do Valongo - Foto: Luiz Martins

Localizado na Avenida Barão de Tefé, o Cais possui os únicos vestígios materiais da chegada dos africanos ao país, tais registros encontrados em 2011, durante escavações feitas nas obras de reforma da Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Ao ser nomeado Patrimônio Mundial da Humanidade, em 2017, o Cais do Valongo foi colocado no mesmo patamar de outros lugares reconhecidos pela Unesco como locais de memória e sofrimento - como o Memorial em Hiroshima, no Japão, pelas vítimas da bomba atômica e o Campo de Concentração de Auschwitz, local de extermínio de judeus na Polônia.

O Cais do Valongo é um local de memória que remete a um dos mais graves crimes perpetrados contra a humanidade, a escravidão. Por ser o porto de desembarque dos africanos em solo sul-americano, o Cais do Valongo representa simbolicamente a escravidão e evoca memórias dolorosas com as quais muitos brasileiros afrodescendentes se relacionam.

Desde 2012, acontece a Lavagem do Cais do Valongo, sempre no segundo sábado de julho. A Lei 5.820/2014 incluiu o evento no Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas da Cidade do Rio de Janeiro.

“A Lavagem do Cais do Valongo é uma celebração à ancestralidade dos afro-brasileiros, realizada por entidades da cultura e de matrizes africanas. É um ato de respeito aos milhões de seres humanos, trazidos à força da África, para serem violentados em solo estranho. É um momento de reflexão quanto às contribuições dos nossos ancestrais à cultura do Brasil, um momento de luta pela reparação por tanto suor e lágrimas vertidas pelos negros escravizados”, afirma o presidente do Instituto da História e da Cultura Afro-brasileira, Pedro Paulo Nogueira.

A  escravidão deixou marcas profundas de desigualdade social entre brancos e negros e um racismo estrutural nem sempre reconhecido, mas sempre velado. Que possamos olhar para o nossa história, aprender com ela e não repetir os erros absurdos dos antepassados. (Por Luiz Martins)

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